Qual o custo económico para os países envolvidos? Certamente os países africanos ainda não se debruçaram sobre esta questão (material escolar,...), decorrente de que a partir de Janeiro de 2008, Brasil, Portugal, e os países das Comunidades de Língua Portuguesa - Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor Leste - terão a ortagrafia unificada. O
Acordo - Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe já ratificaram o Acordo Ortográfico e também o Protocolo Modificativo ao texto, aprovado em Julho de 2004, em São Tomé e Príncipe, durante a Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da CPLP, que tornou possível a pronta entrada em vigor do Acordo. O Protocolo permite que o Acordo vigore com a ratificação de apenas três países, sem a necessidade de aguardar que todos os outros membros da CPLP adoptem o mesmo procedimento. Portugal já ratificou o Acordo Ortográfico mas ainda falta ratificar o Protocolo Modificativo. O português é a terceira língua, após o inglês e espanhol. Calcula-se que 1,6% do vocabulário de Portugal será modificado. No Brasil pensa-se que só 0,45% das palavras terão a escrita alterada. Mas apesar das mudanças ortográficas, serão conservadas as pronúncias típicas de cada país. Em resumo parte das mudanças na ortografia, a ter em conta já em 2008:
- As paroxítonas terminadas em “o” duplo, por exemplo, não terão mais acento circunflexo. Ao invés de “abençôo”, “enjôo” ou “vôo”, os brasileiros terão que escrever “abençoo”, “enjoo” e “voo”.
- mudam-se as normas para o uso do hífen.
- Não se usará mais o acento circunflexo nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos “crer”, “dar”, “ler”, “ver” e seus decorrentes, ficando correta a grafia “creem”, “deem”, “leem” e “veem”.
- Criação de alguns casos de dupla grafia para fazer diferenciação, como o uso do acento agudo na primeira pessoa do plural do pretérito perfeito dos verbos da primeira conjugação, tais como “louvámos” em oposição a “louvamos” e “amámos” em oposição a “amamos”.
- O trema desaparece completamente. Estará correto escrever “linguiça”, “sequência”, “frequência” e “quinquênio” ao invés de lingüiça, seqüência, freqüência e qüinqüênio.
- O alfabeto deixa de ter 23 letras para ter 26, com a incorporação de “k”, “w” e “y”.
- O acento deixará de ser usado para diferenciar “pára” (verbo) de “para” (preposição).
- Haverá eliminação do acento agudo nos ditongos abertos “ei” e “oi” de palavras paroxítonas, como “assembléia”, “idéia”, “heróica” e “jibóia”. O certo será assembleia, ideia, heroica e jiboia.
- Em Portugal, desaparecem da língua escrita o “c” e o “p” nas palavras onde ele não é pronunciado, como em “acção”, “acto”, “adopção” e “baptismo”. O certo será ação, ato, adoção e batismo.
- Também em Portugal elimina-se o “h” inicial de algumas palavras, como em “húmido”, que passará a ser grafado como no Brasil: “úmido”.
- Portugal mantém o acento agudo no e e no o tônicos que antecedem m ou n, enquanto o Brasil continua a usar circunflexo nessas palavras: académico/acadêmico, génio/gênio, fenómeno / fenômeno, bónus / bônus.